terça-feira, 12 de julho de 2011

O atômico Ford Nucleon

Nos anos 50, a energia nuclear era anunciada pela Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos e também pela imprensa em geral como barata, inesgotável e segura. O congresso norte-americano apoiava o desenvolvimento de reatores nucleares e o público em geral parecia sentir que um grande progresso estava sendo feito. Surgiram também, nessa época, os primeiros submarinos nucleares. Nesse contexto, a Ford foi a primeira (e única!) montadora a construir um carro-conceito movido por energia nuclear.

Em 1958, a Ford mostrou ao público o modelo em escala Ford Nucleon, com design futurístico e movido à energia atômica. Projetado considerando-se que o tamanho e o peso dos reatores nucleares e da blindagem associada seriam algum dia reduzidos, o Nucleon tinha um pequeno reator nuclear em sua traseira que fazia funcionar um motor a vapor, de forma similar ao que ocorre nos submarinos ou porta-aviões nucleares.

Os engenheiros prometiam uma autonomia de até 8 mil kilômetros sem precisar "abastecer". Além disso, o veículo poderia ser recarregado em "postos nucleares" que substituiriam os tradicionais de combustíveis fósseis!

O entusiasmo com o conceito acabou deixando de lado os riscos embutidos caso, por exemplo, acontecesse um acidente envolvendo um veículo assim. Aos poucos, com a dificuldade de incorporar no veículo os conceitos de segurança prometidos no projeto, as pessoas começaram a desconfiar dos perigos – afinal, o mundo tinha acabado de viver a experiência da II Guerra Mundial e ninguém queria correr o risco de espalhar radiação pelos ares com uma batida na traseira!

A Ford nunca produziu um protótipo que pudesse rodar por aí. Mesmo assim, referências ao Ford Nucleon já puderam ser vistas no cinema (com o DeLorean do Dr. Brown em De Volta Para o Futuro) e em games como Fallout 3. O Museu Henry Ford, em Dearborn, Michigan - Estados Unidos, mantém a maquete original do carro.


Para saber mais:

Blog da Ford

The atomic automobile

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