domingo, 30 de outubro de 2011

Palestra na rede: o futuro da energia nuclear no País

O Doutor Leonam dos Santos Guimarães, assessor da presidência da Eletronuclear, empresa responsável pela operação das usinas de Angra dos Reis, afirma que vale a pena ter mais usinas nucleares em solo brasileiro. E o aumento do número de usinas será particularmente importante depois de 2030.

Usando-se do Plano Nacional de Energia 2030 feito pela Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), Leonam argumenta que, depois de 2030, a expansão da geração hidrelétrica será complicada (em áreas de terras indígenas e unidades de conservação ambiental), restando a expansão da geração termelétrica, através do gás natural e da energia nuclear, para suprir a demanda energética brasileira. Mesmo antes disso, entre 2020 e 2030, para manter a expansão da oferta energética em um cenário em que o potencial hídrico encontrar-se-á em vias de esgotamento, a energia nuclear torna-se estratégica.

Segundo Leonam, “não existe panacéia. A energia nuclear não é a 'cura de todos os males' do setor energético. Mas, ela exerce um papel importante de complementação térmica dentro da matriz energética diversificada que o País mantém”. Devido à sazonalidade da oferta hídrica, todos os anos a gestão segura do sistema hidrotérmico brasileiro requer, durante o ano todo, entre 2.000 e 10.000 MegaWatts (MW) térmicos complementares. E para essa necessidade de complementação térmica, a energia nuclear mostra-se a mais econômica.

Quando questionado sobre os impactos que as novas medidas de segurança resultantes do acidente nuclear japonês terão sobre os custos da geração nucleoelétrica, Leonam explica que não haverá custos adicionais no MW elétrico para as novas usinas. Isso porque as novas medidas de segurança serão implementadas já na fase de projeto das usinas. Entretanto, ressalta que para usinas nucleares com mais de 30 anos, estes custos, nesses casos entendidos como custos de manutenção, podem ser altos.

Embora a percepção pública da energia nuclear tenha sido negativamente afetada com o acidente nuclear no Japão, Leonam acredita que isso não prejudicará de forma substancial a instalação de novas usinas em solo brasileiro. Entretanto, reforça que é preciso fornecer à população acesso ao conhecimento.

Por fim, Leonam ressalta que esse assunto não deve ser discutido emocionalmente nem resolvido com ações populistas. “A decisão por novas usinas tem que ser resultado da demanda do mercado por energia. É uma atividade econômica que se justifica por ser financeiramente autossustentável e deve ser analisada dentro do setor energético”.

A palestra na qual Leonam analisou as perspectivas da energia nuclear no País foi realizada no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) em São Paulo, no dia 22 de Junho deste ano. Ela foi gravada e está disponível para o público no website do IPEN, no link indicado abaixo.

*** LINK PARA A PALESTRA ***

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